O fato de ser oriundo da área técnica, fez com que pairasse sobre o então candidato Geraldo Julio algumas dúvidas.
Perguntava-se se ele saberia lidar com os muitos interesses dos partidos que compunham sua base de apoio, se teria jogo de cintura, se seria sagaz e até se teria espontaneidade para ir além das declarações treinadas para a campanha.
Tudo muito natural para um eleitorado que só o conhecia como alguém de bastidores, de gabinetes.
Vitorioso, empossado e já com mais de cem dias de mandato, Geraldo continua desapegado das firulas de homens públicos forjados nas ruas, no corpo a corpo.
Até mesmo porque não poderia se esperar que o pouco mais de três meses de gestão operasse o milagre de transformá-lo num expert da política, com tudo aquilo que essa condição reúne de positivo e negativo.
Mas o prefeito do Recife exibe uma face que, dispensados todos os acessórios do jogo eleitoral, é o que de fato interessa ao cidadão.
Demonstra ter a exata consciência do que precisa ser feito.E, dono dessa certeza, ostenta a confiança de quem quer executar e acertar.
Na entrevista em que apresentou o balanço dos cem primeiros dias, não minimizou nem supervalorizou a carga de trabalho que tem pela frente.
Não escondeu detalhes que revelam a herança ruim que recebeu, mas, certamente por razões político-partidárias (aí já mostra um traço de que vai se inserindo no jogo), optou por não aprofundar o tema.
De todo modo, não se furtou a lembrar que “todo mundo via como a cidade estava”.
Na conversa de uma hora e 54 minutos, deixou transparecer ainda disposição e satisfação com o trabalho, qualidades que contam a favor de qualquer cristão diante de qualquer missão. Geraldo quer fazer.